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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Chega a 7 total de mulheres com complicação após procedimento estético

 

De acordo com a polícia, foram registrados sete casos, cinco deles em Goiás. Mulheres ficaram internadas na UTI após uso de produto

Reprodução

 

Goiânia – De acordo com a Polícia Civil de Goiás, subiu para sete o número de mulheres que procuraram a corporação para denunciar complicações de saúde após procedimentos estéticos usando produtos da empresa CosmoBeauty. Do total, cinco mulheres são de Goiás. Elas tiveram reações graves e gravíssimas e chegaram a ficar hospitalizadas em unidades de terapia intensiva (UTIs).

O último registro é de uma mulher de Goianésia, município distante cerca de 175 km da capital goiana, que, segundo familiares, está internada em uma UTI, inconsciente e em estado grave, após ter feito um procedimento no rosto no início de junho. As outras duas vítimas são do Paraná.

Produto

O produto utilizado é fabricado em São Paulo. Ele é composto de ácido hialurônico reticulado e hidroxiapatita de cálcio, descrito como um “ácido hialurônico com bioestimulador”.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto teve a notificação como cosmético cancelada em junho do ano passado. Por esse motivo, não pode ser vendido ou utilizado. No entanto, durante a apuração do caso, a PCGO descobriu que pelo menos 38 caixas do preenchedor foram comercializadas em um evento realizado em Goiânia, em 19 de junho.

A Vigilância em Saúde (Suvisa) de Goiás proibiu a distribuição e comercialização do produto. Portanto, empresas que têm estoques dos produtos precisam guardá-los durante a vigência da determinação.

Ao Metrópoles a Cosmobeauty informou, por meio de nota, que colabora com as investigações e alegou que o produto supostamente usado nas pacientes está regularmente registrado na Anvisa e que não houve cancelamento do registro. “Com relação aos produtos da linha Indumax Dermo Bioestimulador e Preenchedor Cosmobeauty – Harmony Filler Ca, esclarecemos que o produto usado pelas vítimas pertence ao lote 600799B com registro regular e ativo e foi produzido por indústria com alvará e licença de funcionamento. Quanto ao produto divulgado como não registrado, a marca informa que essa informação não é verdadeira, pois a Cosmobeauty não industrializou este produto na fábrica mencionada e que teve seus registros cancelados”, diz o documento.

 

“Além disso, ficou constatado que as supostas profissionais usaram o produto de forma irregular, em regiões não indicadas, com utilização de cânulas e outros fármacos como lidocaína, havendo vestígios de associação com outras substâncias, conforme relatos/áudios juntados na investigação. […] Salientamos que a caixa do produto possui a informação, bem explícita, “PRODUTO NÃO INJETÁVEL”, completa a empresa.

 

Investigação

O Instituto Médico Legal (IML) estuda os prontuários médicos das vítimas, bem como as amostras do produto recolhidas e encaminhadas para o Instituto de Criminalística de Goiás.

De acordo com a polícia, a investigação do caso busca entender o que pode ter causado as reações nas vítimas, além de comprovar se as profissionais que aplicaram os produtos estão habilitadas a fazer os procedimentos. Ainda de acordo com a corporação, nenhuma das clínicas de estéticas de Goiás envolvidas têm alvará de funcionamento ou autorização da Vigilância Sanitária.

Apesar da alegação da empresa, a delegada responsável pelo caso, Emília Podestà, aponta que nenhum dos produtos mencionados tem registro e que a forma de aplicação utilizada é “a mesma que consta da caixa e que é ensinada pelas consultoras”.

Vítimas

Betânia Lima Guarda, 29 anos, ficou hospitalizada por quase 10 dias, sendo quase uma semana em uma unidade de terapia intensiva (UTI), após procedimento para aumentar o bumbum. A mulher chegou a ficar em estado grave, após quadro de embolia pulmonar.

 

Outras três vítimas são de Aparecida de Goiânia. Segundo a polícia, uma delas chegou a ter sete paradas cardiorespiratórias. Uma quinta vítima em Goiás é de Goianésia e outras duas mulheres do Paraná.

Além dos dois estados, de acordo com a polícia, durante contato com a advogada de uma das vítimas, mulheres de outros estado do Brasil relataram complicações com o produto. Por isso, a polícia goiana estuda a possibilidade de mandar o resultado das investigações realizadas no estado para a Justiça Federal.

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