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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Aprovação do governo Lula cresce seis pontos em três meses, aponta nova pesquisa

 Com alta em quase todos os recortes, avaliação positiva do presidente era de 40% em maio, subiu para 43% em julho e agora chega a 46%; queda no preço dos alimentos e reação a tarifaço de Trump impulsionou desempenho do petista

Foto: Divulgação/Reprodução

Nova pesquisa realizada pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos aponta a consolidação da curva de alta na avaliação positiva do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a queda nos índices de impopularidade do presidente, tendências já detectadas nos dois últimos levantamentos feitos pelo instituto. De acordo com os números divulgados nesta quarta-feira (20), a aprovação de Lula, que era de 40% em maio, subiu para 43% em julho e agora atingiu 46%, crescimento de seis pontos percentuais em um intervalo de aproximadamente três meses.

Em movimento contrário, o percentual dos eleitores que desaprovam a gestão do presidente caiu de 57% para 51% no mesmo período, recuo também seis pontos, acima da margem de erro de 2% para mais ou para menos. A diferença entre os índices positivos e negativos atribuídos ao presidente, que chegou a 17 pontos em maio, caiu para apenas cinco na nova pesquisa, a maior já feita sobre o panorama político recente do país. Segundo a Quaest, foram ouvidos presencialmente 12.150 eleitores entre os últimos dias 13 e 17 em oitos estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás.

O instituto indica dois fatores como responsáveis pela melhora na popularidade do governo. O primeiro foi a queda na inflação dos alimentos. A segunda, a reação de Lula frente ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros, em vigor desde o último dia 6. “A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Ao mesmo tempo, a postura firme de Lula diante do tarifaço de Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação”, destaca o CEO da Quaest, Felipe Nunes.

Embora a avaliação positiva do presidente tenha dado sinais de melhora em praticamente todos os recortes da pesquisa, o destaque ficou para o Nordeste, tradicional reduto petista. Nos únicos dois estados da região radiografados pelo instituto, a aprovação de Lula saltou de 53% em julho para 60% em agosto, enquanto a desaprovação caiu de 44% para 37%. A diferença entre os índices negativos e positivos no eleitorado nordestino, que alcançou apenas nove pontos no mês passado, agora atingiu 23 pontos, a maior distância medida pela Quaest em todas as cinco sondagens realizadas em 2025.

Em relação aos eleitores baianos, a aprovação de Lula cresceu de 47% para 60% e a desaprovação desabou de 51% para 39% entre julho e agosto. Pernambuco seguiu em compasso semelhante, com a avaliação positiva avançando de 49% para 62% e a negativa recuando de 50% para 37%. Os índices registrados nos dois estados nordestinos ganham dimensão ainda maior quando se constata que, na pesquisa anterior, a diferença entre os percentuais de aprovação e desaprovação estavam em quadro de empate técnico, dentro ou no limite da margem de erro. 

Oscilações positivas no Sudeste, Sul e Centro-Oeste

O levantamento detectou oscilações positivas na aprovação de Lula em todas as outras regiões abrangidas pela sondagem, ainda que abaixo dos números obtidos pelo petista junto ao eleitorado do Nordeste. No comparativo mais amplo, entre maio e agosto, a aprovação do presidente subiu de 32% para 42% no Sudeste. No Centro-Oeste, fortemente influenciado pelo agronegócio e tido como uma dos principais rincões do bolsonarismo, a alta foi pouco significativa - de 42% para 44%, ou seja, dentro da margem de erro. Já no Sul, região onde o petista enfrenta hoje os maiores percentuais de impopularidade, o índice teve ligeira variação, de 37% para 38%, apenas um ponto percentual a mais.  

Nas três regiões, a avaliação negativa de Lula no período de três meses seguiu a tendência inversa. Em maio, 64% dos eleitores do Sudeste desaprovavam o petista. O índice caiu para 55% em agosto, nove pontos a menos. No Centro-Oeste e Sul, a queda foi bem menor - de 55% para 53% e de 62% para 61%, respectivamente. Em relação à pesquisa de julho, não houve variações expressivas. O que reforça a percepção de que, mesmo diante do crescimento concreto dos números positivos na média nacional, o petista ainda enfrenta dificuldades para reverter a impopularidade na porção do país em que a rejeição a ele segue elevada. Curiosamente, dos oitos estados selecionados pela Quaest, nenhum é situado no Norte.

Alta detectada em quase todos os recortes

De acordo com a Quaest, fora o estrato por região, a melhora na aprovação do governo Lula aconteceu na grande maioria dos outros recortes da pesquisa. Em relação ao sexo, a aprovação do presidente entre as mulheres oscilou de 46% para 48%, dois pontos percentuais a mais no comparativo com os dados de julho, e encostou na desaprovação, que se manteve em 49%. No eleitorado masculino, a avaliação negativa caiu de 58% para 53%, enquanto a positiva subiu de 39% para 44%.

Por idade, Lula obteve o melhor desempenho entre os eleitores a partir dos 60 anos. Nessa faixa etária, a aprovação pulou de 48% para 55% e a desaprovação caiu de 46% para 42%. O salto na avaliação positiva do governo ocorreu também junto ao eleitorado dos 16 aos 34 anos, saindo de 38% para 43%, enquanto a negativa recuou de 58% para 54%. No recorte dos 35 aos 59 anos, as oscilações a mais ocorrem dentro da margem de erro, sem mudanças significativas.

"Entre os que têm até o Ensino Fundamental, a aprovação do presidente passou de 51% para 56% e a desaprovação oscilou negativamente de 42% para 40%; entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, o governo tem 55% de aprovação e 40% de reprovação – em julho, houve empate técnico nessa faixa: 50% aprovavam e 49% desaprovavam. O governo recuperou a avaliação positiva também entre os católicos (54%) e beneficiários do Bolsa Família", destacou o instituto, no relatório enviado à imprensa. 

Preço dos alimentos e tarifaço impulsionaram índices do presidente.

Para o instituto, o grande destaque da nova pesquisa é a queda na inflação dos alimentos. Segundo a Quaest, a percepção de que houve alta no preço da comida recuou de 76% em julho para 60% em agosto. Outros 20% acreditam que os preços ficaram iguais, enquanto 18% acham que eles caíram. Esse percentual era de somente 8% em julho. "Essa percepção se repete em todas as regiões. Como consequência, a opinião de que o poder de compra é menor do que há um ano recuou de 80% para 70%, e a expectativa para os próximos meses, que vinha se deteriorando continuamente, agora está dividida ao meio: 40% acham que o panorama vai piorar, 40% que vai melhorar", assinalou a Quaest.

A postura de Lula no recente embate com Donald Trump em torno da sobretaxa aos produtos brasileiros também favoreceu o petista. Segundo o instituto, o duelo é de amplo conhecimento do eleitor. No total, 84% dos entrevistados disseram saber sobre o teor da carta dirigida pelo norte-americano ao presidente, contra 60% detectado em julho. Em contrapartida, o índice de desconhecimento caiu de 33% para 16%. 

Para 71%, Trump agiu de forma errada ao impor taxas maiúsculas com base na justificativa de que existe perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O percentual dos que consideram que Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo alcançou 48% dos entrevistados. Outros 28% acham que Bolsonaro e seus aliados têm razão. Para 15%, entretanto, ninguém está certo. Ao mesmo tempo, 41% disseram que o petista usou a queda de braço com os EUA para se promover, ante 49% dos que avaliam que Lula age em defesa do Brasil. 

Sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), 69% estão convencidos de que o filho "03" do ex-presidente atua somente em favor dos próprios interesses e os da família, contra 23%  dos que creem que o parlamentar age em defesa do Brasil. Na quinta-feira (21), a Quaest deve divulgar os dados sobre a sucessão presidencial, os números referentes à disputa nos oito estados escolhidos para a nova pesquisa e a avaliação dos governadores em todos eles, incluindo a Bahia. 

Fonte: Metro1

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