O desespero da primeira família presidencial da história do Brasil

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Carlos, o Zero Dois, vulgo Carluxo, e Eduardo, o Zero Três, embaixador do tarifaço aplicado por Donald Trump ao Brasil, juntaram-se no final da semana para dizer que governadores da direita “se comportam como ratos” e que tentam herdar o espólio do pai deles de forma “oportunista”.
A mensagem postada por Carlos no X foi compartilhada por Eduardo. Segundo Carlos, há “provas de que não dá para levar nenhum desses governadores a sério, eles apenas fingem que vão resolver algo, falam em indulto para os perseguidos da falsa ‘trama golpista’, mas depois se escondem atrás da ‘prudência’”.
O trecho mais duro da acusação é este:
“Estão preocupados apenas com seus projetos pessoais e com o que o mercado manda. Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha. […] A verdade é: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater. Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”.
Sabe-se do poder tirânico que Bolsonaro exerce sobre os filhos. Sabe-se que tudo o que a família faz ou diz é coreografado por ele. Portanto, dê-se de barato que Carlos e Eduardo só se manifestam dessa forma porque o pai os inspirou ou consentiu. E que Flávio, o Zero Dois, calou-se porque foi orientado do alto a guardar silêncio.
O silêncio de Flávio lhe cai bem: ele é o mais contido dos irmãos. Aquele em quem Bolsonaro confia para tecer acordos. Depois de um ataque com tal calibragem, políticos não baterão à porta de Carlos ou de Eduardo à procura de entendimento, mas sim na de Flávio. Nesse aspecto, Flávio é o que mais se parece com o pai.
A fala de Carlos endossada por Eduardo tem endereço certo, embora não mencione nomes: os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (NOVO-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSD-RS), aspirantes a candidato da direita nas eleições de 2026.
À exceção de Leite, não digo que eles “se comportam como ratos” quando sentem o cheiro de um pedaço de queijo. Digo que em certos casos, e o de Bolsonaro é um bom exemplo, comportam-se como aves de rapina quando sentem o cheiro de algo em decomposição. A presa ferida ainda vive, mas pode morrer.
As aves de bico avantajado dependem dela para saciar sua fome de votos. Natural que os filhotes da presa não queiram ficar órfãs. Daí sua reação que só tenderá a crescer. Não querem perder o que amealharam graças ao empenho e à ambição desmedida do pai.
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